Ainda que o ar já não me fosse esperança,
Ainda que não houvesse esperança,
E o tempo me dobrasse em pó fétido,
E a escuridão tomasse as rédeas de meu andar.
Ainda que todo carinho não me bastasse,
Ainda que toda sorte por certo me faltasse,
E o fio solitário de crença se fizesse descrente,
E uma só vez os olhos não pudessem ver.
Ainda que voz minha ressoasse única no horizonte,
Ainda que tombassem os planos de minha fronte,
E o desejo brejeiro escasso fosse por mero tempo,
E o ímpeto confuso de minhas veias cessasse.
Todo mal agora pode me confrontar,
Pois outro plano a soberania alcança,
A mim apenas a força por poder registrar:
Relatos profundos de pequena criança.