domingo, 29 de novembro de 2009

Escreveria sempre.

Ainda que o ar já não me fosse esperança,
Ainda que não houvesse esperança,
E o tempo me dobrasse em pó fétido,
E a escuridão tomasse as rédeas de meu andar.
Ainda que todo carinho não me bastasse,
Ainda que toda sorte por certo me faltasse,
E o fio solitário de crença se fizesse descrente,
E uma só vez os olhos não pudessem ver.
Ainda que voz minha ressoasse única no horizonte,
Ainda que tombassem os planos de minha fronte,
E o desejo brejeiro escasso fosse por mero tempo,
E o ímpeto confuso de minhas veias cessasse.

Todo mal agora pode me confrontar,
Pois outro plano a soberania alcança,
A mim apenas a força por poder registrar:
Relatos profundos de pequena criança.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Concepção de vida.

Como quem suscita vida vivida,
Eis a fronte erguida, calma, linear.
Aos destemperos tantos e fracassos,
Todos alheios, vis, a murmurar.

Vivendo quieto, porém astuto,
Apatia falsa, externa somente.
Relata frio, fortemente,
Confusão humana, confuso mundo.

Não há idéia, não há erro,
Há serenidade solta, destemida,
Queres o ar puro e o livre querer,
Queres apenas viver a vida.

Ora pasmo, ora abastado,
De um rio repleto das opções,
Que lhe oferece o espelho dilacerado,
Que lhe oferecem todos os corações.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A todo custo...

Para a sua infelicidade,
O que eu vislumbro
Não se vê,
Não se ouve,
Não se toca,
E não está diante dos seus olhos.
Jamais fora palpável,
Jamais fora desejável.

É paralelo o meu querer,
É avesso,
É contraditório.