terça-feira, 19 de maio de 2015

SOBRE A AULA DE PSICOLOGIA GERAL DO DIA 19 DE MAIO DE 2015.


            A sugestão da professora para a aula que se sucederia era falar sobre sexualidade e a atividade consistiria em todos escreverem em pequenos pedaços de papel suas possíveis dúvidas quanto ao assunto. Ela recolheria e depois redistribuiria misturando-os e dessa forma, muito possivelmente, haveria uma troca de papéis entre os colegas que leriam em voz alta o questionamento que haviam pegado e também dariam suas possíveis respostas diante do mesmo.
            Logicamente, as perguntas que surgiram foram do tipo libertinas, ávidas pelo ato sexual praticado utopicamente em sala de aula. Todos, em suas questões, acenavam para a excitação que lhes formigava o interior de suas calças. Uma questão, porém, não obteve o mesmo êxito que todas as outras quanto à devida atenção a elas: a sexualidade, em seu sentido mais amplo (poder), pode explicar a corrupção?
            A tal pergunta não foi sequer percebida pela turma fervorosa em palavras eróticas. Quando lida, foi como um assovio num show de rock. Ecoou vagarosa e passageira por entre aquelas pequenas mentes acreditadas estarem no programa “Altas Horas”. Quem foi que teve a ideia de atrelar a sexualidade à antropologia e fazer tal questionamento? Louco, só pode ser louco, ou no mínimo desatento em relação à sociedade da qual faz parte e que, provavelmente, lhe causa tédio! Quem quer tentar explicar o Brasil? É muito melhor disfarçar diálogos que possuem ideologias sexuais nada naturais, produtos de uma apologia mesquinha e completamente oportuna, frutos de uma relação bastante recíproca entre mídia grosseira do povo e povo grosseiro da mídia.  

            Será que a sexualidade pode explicar a corrupção? Não sabemos, mas, se percebermos que a corrupção é a busca incessante pelo poder e que o poder é tão puramente refém da necessidade de nos mostrarmos feito pavão ao sexo oposto ou (com pesar) ao mesmo sexo e que isso é o topo de uma pirâmide naturalmente construída, talvez possam pensar no assunto. Mas, pensar no assunto? Para quê? Explicar e diagnosticar para remediar a corrupção? Para quê?