segunda-feira, 15 de março de 2010

Falso paradoxo.

Ora,
O bem atenta o mal
Com suas pieguices visionárias
E sua voz meiga,
Cansada da batalha dos corações apaixonados.
O mal, porém,
Não retribui o infortúnio,
Deixa estar, na situação e no tempo.
Sabe o mal que o bem
Anda enganado,
Esquizofrênico...
Pois é que não mais
Reconhece a própria imagem refletida no espelho.

Ela.

Tão desdenhosa é a raiva
Que às vezes me invade,
Direcionada às tuas tantas faces feias,
Pois que quando sorris vai-se a maldade,
E corre-me novamente sangue calmo nas veias.

Cinzas.

Na densa e obscura razão
Respira o intelecto previdente,
Sob a jura cinza da paixão,
Por arte, tão somente arte,
Avidamente,
Como todo anjo caído...
Atirado às trevas do mundo,
Num simples esboço de tristeza,
Condenado, na verdade,
À própria sorte.