sexta-feira, 22 de abril de 2016

Sensorial.

Não busqueis aos encantos da escuridão,
Pois, de ardiloso, tal caminho vos atentarás em persistência,
Ainda que da carne não vos façais pecar,
Fazei-o, então, ao roubar-lhe os olhos,
Para que os mesmos, sutilmente,
Acompanhem suas veredas falsas.
Deixais que o Pai quebre a desordem alarmante
Com o singelo silêncio da paz,
E que não mais levantem vossas vozes em desengano,
Nem vossos olhos, nem vossos ouvidos.
A fé de nada depende, a não ser de um simples sentir,
Nada busca de encontro aos olhos,
De encontro aos ouvidos,
Nem de encontro a vossas bocas.
Sintais, pois, apenas sintais,
O brilhar sublime das estrelas,
O tocar sutil do ar,
O arrastar das ondas sobre vossas pernas,
O abraço acalentador do Pai,
Pois Dele é todo o amor,
Toda paz,
Toda certeza,
Dele vem toda a segurança
Do prometido eterno,
Sintais, apenas sintais,
Pois Ele está sempre por perto.